COMUNICADO À IMPRENSA
O Sintaema e o Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (ONDAS) entraram com uma representação no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) para contestar a venda das ações da Sabesp e o valor que o governo Tarcísio de Freitas imprimiu sobre o patrimônio do povo paulista. As entidades indicaram que o próximo passo é a contestação no Ministério Público de São Paulo.
“O valor econômico da SABESP e substancialmente superior ao preço de venda proposto pelo Estado de Sa o Paulo. A divergência entre o valor de avaliação e o preço de venda configura uma alienação em preço vil, caracterizando uma potencial lesão ao erário”, diz a peça protocolada nesta segunda (1º/7) no TCE/SP.
Ainda na representação, as entidades destacaram que “além disso, a alienação de ações abaixo do valor de avaliação viola os princípios constitucionais da administração publica, especialmente os princípios da legalidade, moralidade, eficiência e economicidade, conforme o art. 37 da Constituição Federal. A venda de ativos públicos a preços inferiores ao seu valor justo compromete a integridade do patrimônio público, prejudicando os interesses do Estado e, por consequência, da sociedade”.
Comunicado da Sabesp, divulgado ao mercado, confirmou a oferta da Equatorial de R$ 67 por ação, com um desembolso de R$ 6,869 bilhões por 15% da empresa. Em paralelo, a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natalia Resende, disse, em entrevista à imprensa, que o preço proposto está acima do valor mínimo fixado pelo governo paulista, que ainda não é público e só será divulgado após a liquidação da operação.
O Sintaema e o Ondas elaboraram análise que revela a lesividade ao erário e ao patrimônio do Estado de São Paulo resultante de venda do controle acionário da Sabesp. Na tabela a seguir está a comparação do valor por ação e do valor global do conjunto de 15% das ações da Sabesp (SBSP3) em poder do Estado, considerando as alternativas da oferta da Equatorial Energia, da cotação na B3 em 28 de junho de 2024, do resultado obtido pelo Relatório de Avaliação Econômico-financeira (Valuation) constante desta representação e, ainda, de seu Anexo I, que avaliou a consistência no dimensionamento dos investimentos divulgados.
Para as entidades, Tarcísio zomba da população do estado ao entregar a preço de banana a terceira maior empresa de saneamento do mundo. “Um verdadeiro saldão do nosso patrimônio. Tarcísio vende uma empresa de lucro bilionário a preço de banana para uma potencial compradora sem experiência que possui diversas ações na justiça pelo serviço que presta em sete estados no país”, atestaram.