A revista “The Economist,” de 5 de dezembro/2020, trouxe uma estimativa que são necessários R$ 50 bilhões para que os americanos deixem de beber água contaminada pelo chumbo com o qual são fabricados 10 milhões de ramais prediais (a tubulação que interliga as rede públicas a cada edificação). A utilização de tubos de chumbo para conduzir água potável está proibida por lei federal desde 1986, mas o passivo constituído pelas instalações mais antigas é monstruoso.
Segundo a revista, os perigos do consumo de chumbo são amplamente conhecidos e a ingestão de pequenas quantidades danifica o cérebro dos jovens e pode aumentar o risco de problemas cardíacos. É citado um estudo de James Feigenbaum da Universidade de Boston e de Christopher Muller de Berkeley, que comparou cidades onde o pH da água de abastecimento estava abaixo de sete, tornando-o ácido e facilitando a lixiviação do chumbo na água. Os autores encontraram que a água ácida se relaciona com mais crimes.
A Câmara dos Representantes controlada pelos democratas aprovou projetos alocando recursos para iniciar as substituições necessárias. Mas no Senado, esses planos não foram a lugar nenhum. (texto: Marcos Montenegro – coordenador geral do ONDAS)