ONDAS – Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento

ONDAS - Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento

Privatização: conta de água e esgoto subirá 40% no Reino Unido

Destaques – 24 a 30 de junho de 2023

Emoji Privatização: conta de água e esgoto subirá 40% no Reino Unido
2⃣ Saneamento básico de Manaus convive com fraudes e irregularidades
3⃣ Zema quer vender a Copasa mesmo diante de experiências de privatização que já fracassaram
4⃣ Prefeito de Hortolândia manifesta apoio à Sabesp pública
5⃣ Webinar Mulheres que falam de saneamento
6⃣ Da crise hídrica à ecologia: Política da água
7️⃣ Uruguai decreta emergência hídrica e Montevidéu terá água não potável nas torneiras
8️⃣ ‘Casas’ de 15 metros quadrados? Como a mídia silencia as lutas por moradia digna
9️⃣ O Crime da Braskem: A mineração que afundou Maceió

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PRIVATIZAÇÃO: CONTA DE ÁGUA E ESGOTO SUBIRÁ 40% NO REINO UNIDO

A soma da privatização de serviços públicos com a alta dos juros pelo Banco da Inglaterra (BC britânico) jogou por água abaixo, ou melhor, pelo esgoto o setor de saneamento no Reino Unido. Matéria publicada pelo The Times mostra que as famílias foram alertadas de que suas contas de água podem aumentar em até 40% antes do final da década.

Os aumentos devem ser anunciados no próximo ano. As empresas de água dizem que precisam de dinheiro extra para cumprir metas rígidas de combate à poluição — nos últimos anos, são frequentes as denúncias e multas por excesso de esgoto lançado nos rios e mares da ilha.

Saiba mais.

E leia a reportagem do jornal The Guardian sobre o tema.

2⃣
SANEAMENTO BÁSICO DE MANAUS CONVIVE COM FRAUDES E IRREGULARIDADES

O saneamento básico é um problema crônico na cidade de Manaus. A questão não é somente a falta ou a precariedade dos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Manaus está séculos atrasada, sem esboçar nenhum avanço. Falta de água potável nas periferias, igarapés tomados pelo lixo, ausência de esgotamento sanitário, lixeiras viciadas por toda parte e bueiros inutilizáveis.

A ineficiência dos serviços é expressão da má gestão da cidade e dos empreendimentos, que ignoram a população e o cuidado da natureza. Não se pode dizer que tais precariedades são frutos da gestão pública, pois em Manaus grande parte desses serviços é privatizada ou terceirizada.

Leia o artigo de Sandoval Rocha.

3⃣
ZEMA QUER VENDER A COPASA MESMO DIANTE DE EXPERIÊNCIAS DE PRIVATIZAÇÃO QUE JÁ FRACASSARAM

Uma das prioridades da gestão de Romeu Zema (Novo) é a entrega das estatais mineiras para a iniciativa privada, entre elas a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Porém, experiências de privatização de empresas públicas desse setor ao redor do Brasil demonstram que, além do serviço não melhorar, a população é duramente impactada.

Aumento das tarifas, queda na cobertura e menor controle público são algumas das consequências. Para observar exemplos negativos, nem é preciso ir muito longe. Em Ouro Preto, município da região Central do estado, moradores lutam pela remunicipalização do tratamento e distribuição de água.

Leia reportagem completo do Brasil de Fato.

4⃣
PREFEITO DE HORTOLÂNDIA MANIFESTA APOIO À SABESP PÚBLICA

A iniciativa do governo estadual e da direção da SABESP voltada à privatização da empresa foi o assunto de reunião realizada em 21/06 com o prefeito de Hortolândia, Zezé Gomes, e secretários da administração municipal, na sede da Prefeitura.

Representantes da APU, do ONDAS e do SINTAEMA demonstraram os benefícios trazidos pela SABESP em 32 anos de prestação de serviços em Hortolândia. O resultado da presença da SABESP na cidade de 236 mil habitantes é expressivo, pois atingiu cobertura de 99,8% em abastecimento de água, 98,5 % em coleta de esgotos e 100% de tratamento dos esgotos coletados. Isso só foi possível graças ao compromisso da empresa e de funcionários com Hortolândia, refletidos em indicadores muito superiores à média das cidades brasileiras, inclusive superando as metas estabelecidas na Lei Federal 11.445, modificada em 2020 pela Lei 14.026.

A SABESP tem uma unidade regional no município com 50 funcionários, com atuação próxima e colaborativa com a administração municipal, enquanto outros serviços essenciais que foram privatizados mostram-se distantes e avessos ao diálogo.

O prefeito Zezé Gomes demonstrou total apoio à manutenção da SABESP como empresa pública e encaminhará moção manifestando o posicionamento oficial da Prefeitura ao Governador, ao Presidente da ALESP e a outras autoridades da administração estadual.

5⃣
WEBINAR MULHERES QUE FALAM DE SANEAMENTO

“Mulheres que falam de saneamento” é um debate promovido pelo ONDAS sobre os desafios da universalização do saneamento no Brasil pela perspectiva feminina.

Neste último episódio da temporada, falamos sobre as lutas populares pelo acesso à água e ao esgotamento sanitário nas ocupações urbanas e em relação às pessoas em situação de rua.

Participaram desta conversa Thaissa Jardim, Engenheira Ambiental e coordenadora de Assuntos da Juventude do ONDAS; Poliana Souza, coordenadora nacional do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas, feminista, educadora popular e pedagoga política; Priscila Ciríaco, empregada doméstica, militante do Movimento de Organização de Base de MG e moradora da ocupação Vila Fazendinha, em Belo Horizonte; e Priscila Neves Silva, doutora em Saúde Coletiva e pesquisadora de Direitos Humanos e Políticas Públicas em Saúde e Saneamento da FioCruz.

Assista aqui.

6⃣
DA CRISE HÍDRICA À ECOLOGIA: POLÍTICA DA ÁGUA

Na última segunda (26) aconteceu o lançamento do livro Da crise hídrica à ecologia: Política da água, fruto da tese de doutorado apresentada pela autora, associada e colaboradora do ONDAS, Suyá Quintslr.

O tema central do trabalho é a desigualdade ambiental urbana na parte oeste da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), abrangendo os municípios do Rio de Janeiro e da Baixada Fluminense. O objeto da investigação diz respeito à relação entre a desigualdade no acesso à água e as assimetrias espaciais e sociais que conformam a população e o território da RMRJ.

Saiba mais.

7️⃣
URUGUAI DECRETA EMERGÊNCIA HÍDRICA E MONTEVIDÉU TERÁ ÁGUA NÃO POTÁVEL NAS TORNEIRAS

Os uruguaios já estavam tendo que beber água “salgada” em função da estiagem, após o governo rebaixar extraordinariamente os limites aceitáveis para consumo de sódio e outros componentes, e agora a situação piorou: desde segunda-feira (19), a região metropolitana da capital Montevidéu está em estado de “emergência hídrica” para tentar driblar a escassez.

Além de simplificar trâmites para bancar serviços e obras que ajudem a contornar a crise, a emergência deve reduzir ainda mais os padrões de qualidade da água disponível nas torneiras do país – e o próprio presidente Luis Lacalle Pou admite que, embora o fornecimento para uso cotidiano “esteja garantido”, é possível que o líquido disponibilizado não seja mais potável. De forma simultânea, o governo uruguaio também passou uma isenção de impostos para a água engarrafada, numa tentativa de aliviar o preço para a população obrigada a recorrer cada vez mais ao produto.

Veja reportagem da CNN.

8️⃣
‘CASAS’ DE 15 METROS QUADRADOS? COMO A MÍDIA SILENCIA AS LUTAS POR MORADIA DIGNA

Ganhou notoriedade nas últimas semanas uma notícia sobre a construção de “embriões” de casas, com 15m², em Campinas (SP), na realocação da Ocupação Nelson Mandela. O tema teve visibilidade por uma indignação coletiva (e justa) com uma suposta “casa”, indefensável, de 15m². Mas como a voz e a luta dos moradores da ocupação foi considerada nesse debate? Uma suposta, repentina (e hipócrita) preocupação da mídia hegemônica com a condição das famílias ocupantes ignora que os mesmos veículos não dão voz para as lutas e duras conquistas pelo direito à moradia da Ocupação Nelson Mandela e do movimento de moradia em geral. Muitas matérias sequer ouvem os ocupantes ou os criminalizam como invasores.

Leia matéria completa da Carta Capital.

9️⃣
O CRIME DA BRASKEM: A MINERAÇÃO QUE AFUNDOU MACEIÓ

O caso Pinheiro/Braskem, que ficou conhecido após um devastador tremor de terra em março de 2018, continua a assombrar os moradores de Maceió (AL). O tradicional bairro do Pinheiro e suas redondezas foram abalados por rachaduras nos imóveis, fendas nas ruas, afundamentos de solo e crateras que surgiram. Mais de 200 mil pessoas diretamente afetadas, além das milhares afetadas indiretamente, todas obrigadas a abandonar suas casas e comunidades. O trauma emocional, os prejuízos materiais e a incerteza sobre o futuro são constantes na vida desses moradores, que tiveram seu cotidiano transformado pela negligência da empresa mineradora.

No dia 31 de maio, representantes do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem apresentaram a Carta Aberta do movimento, denunciando as consequências desse desastre. Indenizações inadequadas, impactos negativos na fauna urbana, negligência do patrimônio histórico e cultural, afundamento de jazigos e comunidades remanescentes expostas a riscos sem reconhecimento oficial são apenas algumas das questões abordadas.

Acesse a matéria e leia a carta aberta na íntegra.

 

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