América Latina
No Peru, mais de 31% da população ingere substâncias tóxicas na água
O ONDAS está divulgando a tradução da Declaração que o Relator Especial da ONU para os direitos humanos à água e esgotamento sanitário, Pedro Arrojo, emitiu ao final da visita de duas semanas ao Peru, em dezembro último. Neste documento o professor Pedro Arrojo identificou oito desafios todos referenciados a duas questões que percebeu como cruciais em sua missão:
- O envenenamento criminoso das águas que dana a saúde de 10 milhões de peruanos e das gerações futuras, especialmente nos povos indígenas e camponeses;
- A extrema vulnerabilidade do Peru às mudanças climáticas em água e esgotamento sanitário, exacerbada pelo modelo extrativista predominante.
Arrojo destaca que segundo dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, mais de 10 milhões de peruanos, representando 31,15% da população, ingerem substâncias tóxicas, como metais pesados, com a água que recebem.
A poluição das águas doces tem origem principalmente nas atividades minerárias e de exploração de petróleo. O conflito com a mineração, a discriminação no atendimento da população rural e indígena, o elevadíssimo preço pago por água de baixa qualidade nos bairros populares que não são atendidos por sistemas públicos de distribuição são alguns das violações aos direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário que, presentes no Peru, também se destacam na realidade do Brasil.
Leia aqui a íntegra da declaração traduzida para o português por Marcos Montenegro para o ONDAS.