ONDAS – Observatório dos Direitos à Água e ao Saneamento

ONDAS – Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento

A (re)produção da desigualdade ambiental na metrópole (Tese de Doutorado: Suyá Quintslr)

                                                                                                              

A (RE)PRODUÇÃO DA DESIGUALDADE AMBIENTAL NA METRÓPOLE – Conflito pela água, ‘crise hídrica’ e macrossistema de abastecimento no Rio de Janeiro
Autora: Suyá Quintslr
Informações: Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutora em Planejamento Urbano e Regional
Ano: 2018

RESUMO
Esse trabalho discute a desigualdade ambiental no acesso à água na RMRJ, demonstrando que a distribuição desse recurso é espacial e socialmente diferenciada entre os municípios da Baixada Fluminense e a capital do estado do Rio de Janeiro, atendidos pelo macrossistema Guandu. A investigação é definida como multimetodológica (qualitativa e quantitativa), tendo mobilizado: (i) entrevistas com lideranças sociais e agentes envolvidos na questão do saneamento; (ii) análise documental de depoimentos da CPI da “crise hídrica” e de mídia; (iii) estatísticas sobre acesso à água do IBGE e do SNIS; e (iv) observação direta de eventos públicos.

A análise envolveu a triangulação de dados primários e secundários, sendo apoiada nos softwares NVivo e R Project. A pesquisa mobilizou a Ecologia Política e o debate sobre Sistemas Sociotécnicos como abordagens teóricas principais.

Abordagens específicas acerca da urbanização e segregação, da ação coletiva e resistência, e da tridimensionalidade do poder foram mobilizadas de maneira complementar. Os resultados podem ser sintetizados em cinco pontos: (i) a desigualdade no acesso à água na RMRJ foi historicamente construída a partir da urbanização da Baixada Fluminense (BF) e da formação dos sistemas de abastecimento; (ii) esse processo não ocorreu sem resistência – representada, em seu auge, por um ativo movimento por saneamento na BF na década de 1980 e, atualmente, por ações mais pontuais que visam garantir o acesso à água; (iii) atualmente, essa desigualdade se inscreve nos sistemas sociotécnicos de abastecimento, em um padrão espacial de tipo centro (Rio de Janeiro) – periferia (BF) e abrange uma dimensão social caracterizada pelas variáveis cor/etnia, renda e escolaridade; (iv) as desigualdades no acesso ao saneamento são discursivamente legitimadas, tendo envolvido recentemente a caracterização do problema como uma “crise hídrica”, o que contribuiu para relegar o tema da desigualdade ao segundo plano; e (v) a decisão acerca dos diferentes projetos de abastecimento na atualidade compreendeu a formação de uma ampla coalizão de agentes na garantia da manutenção de uma trajetória técnica centrada na ampliação dos sistemas existentes, em detrimento de opções que levassem à reversão das assimetrias.

Clique no link para ler a tese na íntegra:
▶ A (RE)PRODUÇÃO DA DESIGUALDADE AMBIENTAL NA METRÓPOLE

Suya Quintslr

 

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